Durante o mês de abril, vídeos de tradicionalistas muito especiais circularam no Facebook com a hastag #FestivalGaúchodaInclusão. São trabalhos de crianças, adolescentes e adultos participantes da primeira edição do Festival Gaúcho da Inclusão. Um evento on-line promovido pelo MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) e pela 20ª Região Tradicionalista para dar visibilidade à causa da inclusão social e mostrar que mesmo com alguma deficiência qualquer pessoa é capaz de cultuar os costumes do nosso “Rio Grande”.

RECORDE DE INSCRITOS
O prazo para efetuar as inscrições encerrou ontem à noite. No total foram 106 inscritos, em 17 diferentes modalidades. Um recorde em todos os concursos virtuais realizados pelo MTG, desde o início da pandemia.

CLASSIFICADOS
A divulgação dos 15 vídeos classificados ocorrerá na próxima terça-feira, 4 de maio, às 20h, na live do programa Encontro da Tradição, pelo Facebook e YouTube do MTG.

MOSTRA FINAL
A grande final do Festival Gaúcho da Inclusão, com a apresentação dos 15 participantes classificados e seus respectivos padrinhos, será no sábado, 15 de maio. A live terá início às 20h e será transmitida pelo Facebook e YouTube do MTG. Embora seja grande a expectativa pelo resultado final, o sentimento já é de vitória.

POSTEIRO DO AMOR
O Thiago Mota (na foto acima), de 26 anos, tem síndrome de Down e está participando do Festival na categoria Danças Tradicionais. No vídeo do concurso ele e a irmã Patrícia apresentam a dança do pezinho. Para Thiago, o tradicionalismo é vivido desde sempre. Ele cresceu dentro do CTG Thomaz Luiz Osório, de Pelotas, acompanhando a família e principalmente os irmãos que sempre dançaram em invernada. Com uma vivência tão profunda, em 2015 ele passou a ter uma participação ainda mais efetiva no Enart. Foi dada a ele a função de sortear as danças das invernadas. Em 2019, Thiago recebeu da patronagem um título que carrega com orgulho: Posteiro do Amor Thomaziano.

“A gente tem que fazer a inclusão acontecer e não apenas deixar no papel. Sabemos o quanto é difícil fazer isso em festivais, em rodeios, porque tem aquele lado profissional, de que tudo precisa ser feito com perfeição. Mas, a gente tem que cada vez mais trazer pessoas como o Thiago para dentro das entidades. E esse é um dos projetos do Thomaz (o CTG): ser uma entidade inclusiva. A sementinha foi plantada agora com o Festival Gaúcho da Inclusão”, relatou Patrícia Mota, irmã do participante Thiago.

Professora Rejane, alunos e equipe formada por amigos, em Seberi.

DEDICAÇÃO
Em Seberi, no Norte do Estado, a Escola de Educação Especial Cantinho da Esperança (Apae Seberi), com o apoio do CTG Querência da Serra, da 17ª RT, inscreveu os alunos em cinco modalidades: Ceva do Mate, Violão, Concurso literário poesia de autoria própria, Encilha e Danças Tradicionais. Na cidade, uma grande rede de apoio foi formada para auxiliar a professora Rejane Minuzzi no projeto.

“Foi muito emocionante ver a dedicação dos alunos nos ensaios, as famílias se envolverem até on-line e muitos amigos ajudando voluntariamente na organização e na elaboração dos vídeos”, conta a professora.

Para ela, os objetivos de preservação e valorização das artes, do campeirismo, da tradição, dos usos e costumes foram alcançados. “Os vídeos ultrapassaram fronteiras promovendo um intercâmbio cultural que, principalmente, valorizou as pessoas com deficiência intelectual e ou múltiplas, os quais estão amando participar. Caso algum vídeo se classifique será apenas uma consequência de um trabalho elaborado com amor e esmero. A nossa busca é mostrar que realmente nossos alunos com deficiência podem ser incluídos em muitas atividades”, ressaltou.

ACEITAR E ACOLHER
A coordenadora do Festival Gaúcho da Inclusão, Gisele Klinger, explica que o evento atingiu uma proporção muito grande e que cada vídeo inscrito foi uma emoção para os organizadores.

“Nós estamos maravilhados e felicíssimos. Recebemos inscrições do estado inteiro, de participantes dos cinco aos 69 anos. Esse evento fez a diferença na vida de todos nós. O que ainda precisamos muito, é sentir, é perceber, que podemos, sim, acolher essas pessoas, que temos condições, sim, de fazer isso. Ser tradicionalista vai muito além de usar uma pilcha, de participar de um rodeio, de dançar. Ser tradicionalista é justamente aceitar e acolher a todos dentro das nossas entidades. E essa é a principal mensagem que temos que deixar”, finalizou Gisele.

 

SERVIÇO | Festival Gaúcho da Inclusão

Anúncio dos 15 classificados
Quando: Dia 4 de maio, terça-feira, às 20h
Onde: Live / Programa Encontro da Tradição (Facebook / YouTube MTG RS)

Mostra Final
Quando: Dia 15 de maio, sábado, às 20h
Onde: Live (Facebook / YouTube MTG RS)

Mais informações: (55) 99966-8099

 

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