Na tarde desta quarta-feira (1) o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, Leonardo Maricato, recebeu o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Manoelito Carlos Savaris e o presidente da Comissão Gaúcha de Folclore (CGF), Rogério Bastos, para conversar sobre a preocupação com a proteção dos patrimônios culturais gaúchos e demandas das entidades.

Segundo Maricatto é preciso fazer distinção entre preservação, que é um conceito genérico, enquanto tombamento é um instrumento legal específico de proteção de bens fazendo a salvaguarda, evitando a destruição bens móveis e imóveis considerados de interesse público em função de sua importância.

Savaris apresentou documentos datando de 2015, quando começaram as tratativas para buscar o reconhecimento do gaúcho e suas tradições como patrimônio cultural intangível, pela UNESCO. “Desde o 12º Congresso Internacional de Tradições Gaúchas, realizado na sede da Sociedade Crioula Dr. Elias Regules, Montevidéu – Uruguai, no dia 17 de julho de 2015, as federações que compõe a Confederação Internacional da Tradição Gaúcha – CITG, trabalham para isso” – lembrou.

O documento posiciona a figura do gaúcho como habitante da pampa que inclui o sul do Brasil, o Uruguai, a Argentina e partes do Paraguai e do Chile. Esse personagem que por sua origem, sua atividade vinculada umbilicalmente ao cavalo e ao gado vacum, sua vivência na “pampa”, suas peculiaridades sociais e permanente disputa de espaços geográficos, o tornam único no mundo.

“É claro que o reconhecimento do gaúcho e suas tradições, como um patrimônio imaterial não significa dizer que todo o Brasil seja gaúcho. Sequer significa afirmar que todos os habitantes do sul do país ou mesmo do Rio Grande do Sul sejam ou tenham sido gaúchos, mas a união de esforço para o reconhecimento de que aquele tipo humano que habitou a pampa, entre meados do século XVII e meados do século XIX, é único e constitui a raiz da identidade social da pampa.” – afirma Savaris.

Quem capitaneou esse trabalho, no Brasil, foi a Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha – CBTG, com o projeto que foi aprovado em outubro de 2015, durante reunião do Conselho Diretor da entidade.

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