O Movimento Tradicionalista Gaúcho vem a público se manifestar sobre as colocações de que o Hino Riograndense possui conotação racista ao afirmar, em parte da letra, de que “povo que não tem virtude, acaba por ser escravo”, durante posse na Câmara Municipal de Porto Alegre. No entender do MTG, tal afirmação diz respeito à uma submissão da então Província de São Pedro ao Império, no período da Revolução Farroupilha. E nada tem de discriminatória.
Enquanto a comunidade negra, na qual integrantes do próprio movimento se inserem, se prende a este tipo de polêmica, perde um precioso tempo de ser protagonista de uma nova história que cabe aos próprios negros e brancos escreverem. O MTG reconhece a importância dos negros e dos próprios Lanceiros Negros na revolução e na construção de nossa identidade regional. E tem manifestado esse respeito, inúmeras vezes, através das danças tradicionais, canto e poesia. Em 2020, de forma inédita, promoveu uma programação virtual, alusiva à Semana da Consciência Negra. E assim seguirá na luta pela inclusão do negro em nossa cultura.
No entanto, entende que ater-se a questionamentos que carecem de contextualização história, desvia o foco daquilo que deve realmente ser discutido.
Julia Graziela Azambuja
Negra e diretora do Departamento de Manifestações Individuais e Expontâneas do MTG (foto).
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