Sob o título “Minha gaita conta história – A influência da gaita na construção da identidade do gaúcho” – o tema anual 2023 do Movimento Tradicionalista Gaúcho fará homenagens aos 100 anos de nascimento de Honeyde Bertussi, aos 60 anos de Baile Gaúcho, de Tio Bilia, e aos 80 anos de Adeus Mariana, de Pedro Raimundo.

No sábado, 30, na cidade de Farroupilha, ocorreu o 70º Congresso Tradicionalista Gaúcho, que reúne as entidades voltadas à preservação e manutenção das tradições gaúchas por todo o Rio Grande do Sul. O evento teve início com a cerimônia de chegada da Chama Crioula, oriunda de Frederico Westphalen, município que sediou a 69ª edição do Congresso.  De acordo com os organizadores, a prática de transladar a chama entre os locais de realização do evento é um marco consolidado e representa a luz que guia os tradicionalistas ao decidirem os rumos do MTG. Foram mais de 460 quilômetros em duas semanas de percurso.

Ainda durante a manhã, o jornalista José Alberto Andrade palestrou para os quase 800 presentes acerca do Cancioneiro Gaúcho, abrindo a discussão sobre o tema anual. Mediados pela relatora e vice-presidente de Cultura do MTG, Renata Pletz, os proponentes Paulo Bertussi, Daniel Forrati e Andrei Caetano acataram a sugestão de unir as proposições que, em essência, convergem para o mesmo tema, contemplando, assim, um grande objetivo para o ano de 2023.

Após o almoço, foi a vez do artista plástico, poeta, compositor e escritor Léo Ribeiro de Souza apresentar aos congressistas sua obra mais recente, fruto de cinco anos de pesquisa e de sua vivência entre o tradicionalismo e a maçonaria. O livro ‘Os Farrapos e a Maçonaria é, segundo o autor, um dos únicos a enfatizar o tema. Léo também participou de uma sessão de autógrafos no espaço designado à loja da Fundação Cultural Gaúcha.

No entanto, o momento mais aguardado foi a prestação de contas, quando o presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris, apresentou o Relatório Geral do MTG referente ao primeiro ano de gestão. Todos os congressistas receberam uma versão impressa e puderam analisar o relatório. Em seu discurso, Savaris esclareceu alguns pontos polêmicos e agradeceu aos que entenderam as dificuldades enfrentadas pelo MTG por ocasião da posse de sua administração. Conforme o presidente, nem as despesas mais básicas podiam ser ressarcidas. “Acabamos por sacrificar os colaboradores que se doavam e ainda pagavam para isso. Os números mostram como estavam o MTG e a Fundação Cultural Gaúcha quando assumimos em 2021. Estamos superando aos poucos” – disse Savaris.

Aprovada, a proposta apresentada por Ildo Wagner, diretor da Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul, criou a 6ª vice-presidência do MTG, que será voltada às questões das cavalgadas. Administrativamente, outra proposição renomeou a junta fiscal do MTG que passa a ser denominada Conselho Fiscal.

Como de praxe, no decorrer do Congresso foram lançadas as duas chapas concorrentes ao pleito de 3 de dezembro, quando será escolhida a nova diretoria do MTG, assim como os coordenadores regionais. A chapa da situação segue encabeçada por Manoelito Carlos Savaris e seus atuais vices, enquanto a de oposição apresenta o advogado Valmir Böhmer, de Santa Maria.

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